domingo, 31 de outubro de 2010

De camomila

Queria poder escrever. Escrever talvez pra mim, ou até mesmo pra você. Um bilhetinho azul com meus garranchos, um recadinho no fundo da xícara de chá. Queria te falar o quão bom é não estar agoniada com o nosso destino, como já estive antes, mas o quão ruim é não estar. Não estar aí, ou não estar aqui. Eu quero estar. E eu quero escrever. Escrever pra você. Pra quando você passar pelo banco da praça e ver aquele poema que rima nada-com-nada saber que eu escrevi, e que escrevi pra mim, mas deixei lá pra você.
Quero não empacar. Quero conseguir pensar e quero que meus pensamentos fluam como meus sentimentos o fazem. Quero saber me expressar, quero me expressar só pra te falar que quero que você leia, que quero que você veja, que quero que você voe e que quero que você diga que eu sou mais do que bem vinda pra voar contigo, afinal, é fácil, é só "cair e errar o chão".
Quero sair de lá, te encontrar pra um café, talvez para um jantar, se você puder ficar. Te faço chá e espero você me chamar pra dançar.
Mas tá chovendo lá fora, hoje é dia das bruxas e eu te digo que não sei dançar. Mas eu sei outras coisas, e estou disposta a te ensinar.
Quero poder escrever pra dizer que estou tentando me controlar, tentando não ser idiota, tentanto tudo não despedaçar. Mas também quero te dizer que meus sonhos sabem onde isso vai dar, mas isso não se sonha, não se conta, não se faz.
Agora é sentar e esperar, novamente, com uma xícara de chá.